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*Há professores fabulosos…*

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1*
*Num liceu no Porto estava a acontecer uma coisa muito fora do comum.*

*Um "bando" de miúdas de 12 anos andava a pôr batom nos lábios, todos
os dias; para removerem o excesso, beijavam o espelho da casa de banho.
O Cons. Exec. andava bastante preocupado, porque a funcionária da
limpeza tinha um trabalho enorme para limpar o espelho ao fim do dia e
no dia seguinte lá estavam outra vez as marcas de batom.

Um dia, um professor juntou as miúdas e a funcionária na casa de banho

e explicou que era muito complicado limpar o espelho com todas aquelas
marcas que elas faziam e, para demonstrar a dificuldade, pediu à
empregada para mostrar como é que ela fazia para limpar o espelho.

A empregada pegou numa "esfregona", molhou-a na sanita e passou-a

repetidamente no espelho até as marcas desaparecerem.

Nunca mais houve marcas no espelho…

Há professores e educadores…

O Falhanço do Socialismo

Um professor de economia da universidade Texas Tech disse que raramente chumbava um aluno, mas tinha chumbado, uma vez, uma turma inteira.

Esta turma em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e “justo”.

O professor então disse, “Ok, vamos fazer uma experiência socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos as vossas notas dos exames.”

Todas as notas seriam concedidas com base na média da turma e, portanto seriam “justas”. Isto quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém chumbaria. Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia 20 valores…

Logo que a média dos primeiros exames foi calculada, todos receberam 12 valores. Quem estudou com dedicação ficou indignado, pois achou que merecia mais, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado!

Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda menos – eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que também eles se deviam aproveitar da média das notas. Portanto, agindo contra os seus princípios, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. O resultado, a segunda média dos testes foi 10. Ninguém gostou.

Depois do terceiro teste, a média geral foi um 5.

As notas nunca mais voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, procura de culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela turma. A busca por ‘justiça’ dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma.

No fim de contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar os outros. Portanto, todos os alunos chumbaram… Para sua total surpresa. O professor explicou que a experiência socialista tinha falhado porque ela era baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes. Preguiça e mágoas foi o seu resultado.

Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual a experiência tinha começado. “Quando a recompensa é grande”, disse, o professor, “o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem o seu consentimento para dar a outros que não lutaram por elas, então o fracasso é inevitável.”

O pensamento abaixo foi escrito em 1931.

É impossível levar o pobre à prosperidade através de leis que punem os ricos pela sua prosperidade. Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa tem de trabalhar recebendo menos. O governo só pode dar a alguém aquilo que tira de outro alguém.
Quando metade da população descobre de que não precisa de trabalhar, pois a outra metade da população irá sustenta-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.

“É impossível multiplicar riqueza dividindo-a.”

Adrian Rogers, 1931

Parece-vos familiar?

Artigo de Pedro Afonso – Médico psiquiatra

Transcrição do artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no
Público, 2010-06-21

Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas
esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.

Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo
epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da
Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No
último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença

psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas
perturbações durante a vida.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com
impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência,

urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das
crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens

infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos
dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos
os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na

escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos
terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade
de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural

que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos,
criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze

anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100
casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo
das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres
humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas

sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém
maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa,
deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos
ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de

alimentos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez
mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família.
Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença

prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e
produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de
três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a
casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma

mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão
cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três
anos.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de
desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho
presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela
falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição
da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual,
tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.

Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar
que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês,
enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à
actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e

complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de
escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando
já há muito foram dizimados pela praga da miséria.

Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com

responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos
números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de
pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um
mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de

um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência
neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.

E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o
estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se

há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma
inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.

Pedro Afonso
Médico psiquiatra

A guerra contra a chulisse

e-mail recebido:

"Bom dia

A guerra contra a chulisse, está a começar. Não subestimem o povo

que começa a ter conhecimento do que nos têm andado a fazer, do porquê

de chegar ao ponto de ter de cortar na comida dos filhos!

Nenhum governante fala em:

1. Reduzir as mordomias vitalícias (gabinetes, secretárias,

adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros,

motoristas, etc.) dos três Presidentes da República retirados;

2. Redução dos deputados da Assembleia da República e seus

gabinetes, profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das

mordomias na Assembleia da República, como almoços opíparos, com

digestivos e outras libações, tudo à custa do pagode (ver filme anexo,

como vivem, trabalham e ganham os políticos na Suécia);

3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações

Públicas que não servem para nada e, têm funcionários e

administradores com 2º e 3º emprego;

4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a

auferir milhares de euro/mês e que não servem para nada, antes,

acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial

respectivo.

Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas porquê?

E os aparelhos não são verificados porquê? É como um táxi, se uns têm

de cumprir porque não cumprem os outros? se não são verificados como

podem ser auditados?

5. Acabar com as Fundações!!! E as mordomias todas dos

tipos que se encostam às Fundações pagas pelos impostos de gente

honesta!

6. Redução drástica das Juntas de Freguesia.. Acabar com o

pagamento de 200 por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras

e 75 nas Juntas de Freguesia;

7. Acabar com o Financiamento aos partidos, que devem viver

da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros

exigem, para conseguirem verbas para as suas actividades;

8. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes,

Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em

digressões particulares pelo País;

9. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o

agravamento das horas extraordinárias… para servir suas excelências,

filhos e famílias e até, os filhos das amantes…

10. Acabar com os inúmeros assessores dos vereadores

municipais, já que os municípios têm trabalhadores capazes;

11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do

Estado e entes públicos menores, mas maiores nos dispêndios públicos;

12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do

Estado. Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço

particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir

ao mercado a compras, etc;

13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores,

Madeira, Europa e resto do mundo e respectivas estadias em Lisboa em

hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes que vivem em

tugúrios inabitáveis….

14. HÁ QUADROS (directores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE

ESTAREM NO SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE

ADVOGADOS A CUIDAR DOS SEUS INTERESSES, QUE NÃO NOS DÁ COISA

PÚBLICA….;

15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais

públicos que servem para garantir tachos aos apaniguados do poder – há

hospitais de província com mais administradores que pessoal

administrativo. Antigamente os serviços eram chefiados por chefes de

secção e de Repartição e agora são administradores (ganhando fortunas

para aquilo que fazem e demais para o que sabem)… pertencentes ás

oligarquias locais do partido no poder…

16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, (até porque

dentro da administração pública há quadros mais do que capazes de

fazer isso) caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm

canais de comunicação fáceis com o Governo, no âmbito de um tráfico de

influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar;

17. Acabar com as várias reformas por pessoa, de entre o

pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo

Estado. Em vez de 2, 3, 4 reformas, passar a ser uma só;

18. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos

contribuintes ao BPN e BPP;

19. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e

Quejandos, e também do pequeno fugitivo do fisco, onde quer que

estejam e por aí fora.

20. Acabar com os salários milionários da RTP e os milhões que

a mesma recebe todos os anos.

21. Acabar com os lugares de amigos e de partidos na RTP que

custam milhões ao erário público.

22. Acabar com os ordenados de milionários da TAP, com milhares

de funcionários e empresas fantasmas que cobram milhares e que

pertencem a quadros do Partido Único (PS + PSD).

23. Acabar com o regabofe da pantomina das PPP, que mais não

são do que formas habilidosas de uns poucos patifes se locupletarem

com fortunas à custa dos papalvos dos contribuintes, fugindo ao

controle seja de que organismo independente for e fazendo a "obra"

pelo preço que "entendem"…;

24. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito,

perseguindo, confiscando e punindo os biltres que fizeram fortunas e

adquiriram patrimónios de forma indevida e à custa do País,

manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando

dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controlo, e

vivendo à tripa forra à custa dos dinheiros que deveriam servir para o

progresso do país e para a assistência aos que efectivamente dela

precisam;

25. Controlar a actividade bancária por forma a que, daqui a

mais uns anitos, não tenhamos que estar, novamente, a pagar "outra

crise";

26. Controlar todos os gerentes, administradores e demais

trabalhadores que ganham determinado montante e apenas são declarados

vencimentos mínimos nacionais, esta lei que tal permite, é do tempo de

Salazar!!!;

27. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune,

fazendo com que paguem efectivamente pelos seus crimes, adaptando o

nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM

e os crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida;

28. Impedir os que foram ministros/secretários de estado de

virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos

públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.

29. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que

ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o

seu património antes e depois.

30. Pôr os Bancos (trabalham com o nosso dinheiro e cobram-nos

taxas de manutenção, etc) e as Seguradoras a pagar impostos

equivalentes aos que pagam os cidadãos.

31. Acabar com os vencimentos principescos dos gestores

públicos (porque há-de o governador do Banco de Portugal ganhar mais

do que o Presidente da reserva federal Norte-Americana?)

32. Acabar com as nomeações de assessores, chefias intermédias

cada vez que muda um governo. Os amigos e apaniguados políticos

ajudaram na campanha por serem amigos e membros do partido, não são

nossos amigos.

Assim e desta forma Sr. Ministro das Finanças recuperaremos depressa a

nossa posição e sobretudo, a credibilidade tão abalada pela corrupção

que grassa e pelo desvario dos dinheiros do Estado "

Geração à Rasca – A Nossa Culpa

Um dia, isto tinha de acontecer.
Existe uma geração à rasca?
Existe mais do que uma! Certamente!

Está à rasca a geração dos pais que educaram os seus meninos numa abastança
caprichosa, protegendo-os de dificuldades e escondendo-lhes as agruras da
vida.

Está à rasca a geração dos filhos que nunca foram ensinados a lidar com
frustrações.

A ironia de tudo isto é que os jovens que agora se dizem (e também estão) à
rasca são os que mais tiveram tudo.

Nunca nenhuma geração foi, como esta, tão privilegiada na sua infância e na
sua adolescência. E nunca a sociedade exigiu tão pouco aos seus jovens como
lhes tem sido exigido nos últimos anos.

Deslumbradas com a melhoria significativa das condições de vida, a geração
actualmente entre os 30 e os 50 anos vingaram-se da forma em que foram
criados, no antes ou no pós 1974, e quiseram dar aos seus filhos o melhor.

Ansiosos por sublimar as suas próprias frustrações, os pais investiram nos
seus descendentes: proporcionaram-lhes os estudos que fazem deles a geração
mais qualificada de sempre (já lá vamos…), mas também lhes deram uma vida
desafogada, mimos e mordomias, entradas nos locais de diversão, cartas de
condução e 1º automóvel, depósitos de combustível cheios, dinheiro no bolso
para que nada lhes faltasse.

Mesmo quando as expectativas de primeiro emprego saíram goradas, a família
continuou presente, a garantir aos filhos cama, mesa e roupa lavada.

Durante anos, acreditaram estes pais e estas mães estar a fazer o melhor; o
dinheiro ia chegando para comprar (quase) tudo, quantas vezes em
substituição de princípios e de uma educação para a qual não havia tempo, já
que ele era todo para o trabalho, garante do ordenado com que se compra
(quase) tudo. E éramos (quase) todos felizes.

Depois, veio a crise, o aumento do custo de vida, o desemprego, … A
vaquinha emagreceu, feneceu, secou.

Foi então que os pais ficaram à rasca.

Os pais à rasca não vão a um concerto, mas os seus rebentos enchem Pavilhões
Atlânticos e festivais de música e bares e discotecas onde não se entra à
borla nem se consome fiado.

Os pais à rasca deixaram de ir ao restaurante, para poderem continuar a
pagar restaurante aos filhos, num país onde uma festa de aniversário de
adolescente que se preza é no restaurante e vedada a pais.

São pais que contam os cêntimos para pagar à rasca as contas da água e da
luz e do resto, e que abdicam dos seus pequenos prazeres para que os filhos
não prescindam da internet de banda larga a alta velocidade, nem dos phones
ou pads, sempre de última geração.

São estes pais mesmo à rasca, que já não aguentam, que começam a ter de
dizer "não". É um "não" que nunca ensinaram os filhos a ouvir, e que por
isso eles não suportam, nem compreendem, porque eles têm direitos, porque
eles têm necessidades, porque eles têm expectativas, porque lhes disseram
que eles são muito bons e eles querem, e querem, querem o que já ninguém
lhes pode dar!

A sociedade colhe assim hoje os frutos do que semeou durante pelo menos duas
décadas.

Eis agora uma geração de pais impotentes e frustrados.

Eis agora uma geração jovem altamente qualificada, que andou muito por
escolas e universidades mas que estudou pouco e que aprendeu e sabe na
proporção do que estudou.

Uma geração que colecciona diplomas com que o país lhes alimenta o ego
insuflado, mas que são uma ilusão, pois correspondem a pouco conhecimento
teórico e a duvidosa capacidade operacional.

Eis uma geração que vai a toda a parte, mas que não sabe estar em sítio
nenhum. Uma geração que tem acesso a informação sem que isso signifique que
é informada;

uma geração dotada de trôpegas competências de leitura e interpretação da
realidade em que se insere.

Eis uma geração habituada a comunicar por abreviaturas e frustrada por não
poder abreviar do mesmo modo o caminho para o sucesso.

Uma geração que deseja saltar as etapas da ascensão social à mesma
velocidade que queimou etapas de crescimento.

Uma geração que distingue mal a diferença entre emprego e trabalho,
ambicionando mais aquele do que este, num tempo em que nem um nem outro
abundam.

Eis uma geração que, de repente, se apercebeu que não manda no mundo como
mandou nos pais e que agora quer ditar regras à sociedade como as foi
ditando à escola, alarvemente e sem maneiras.

Eis uma geração tão habituada ao muito e ao supérfluo que o pouco não lhe
chega e o acessório se lhe tornou indispensável.

Eis uma geração consumista, insaciável e completamente desorientada.

Eis uma geração preparadinha para ser arrastada, para servir de montada a
quem é exímio na arte de cavalgar demagogicamente sobre o desespero alheio.

Há talento e cultura e capacidade e competência e solidariedade e
inteligência nesta geração?

Claro que há. Conheço uns bons e valentes punhados de exemplos!

Os jovens que detêm estas capacidades-características não encaixam no
retrato colectivo, pouco se identificam com os seus contemporâneos, e nem
são esses que se queixam assim (embora estejam à rasca, como todos nós).

Chego a ter a impressão de que, se alguns jovens mais inflamados pudessem,
atirariam ao tapete os seus contemporâneos que trabalham bem, os que são
empreendedores, os que conseguem bons resultados académicos, porque, que
inveja!, que chatice!, são betinhos, cromos que só estorvam os outros (como
se viu no último Prós e Contras) e, oh, injustiça!, já estão a ser capazes
de abarbatar bons ordenados e a subir na vida.

E nós, os mais velhos, estaremos em vias de ser caçados à entrada dos nossos
locais de trabalho, para deixarmos livres os invejados lugares a que alguns
acham ter direito e que pelos vistos – e a acreditar no que ultimamente
ouvimos de algumas almas – ocupamos injusta, imerecida e indevidamente?!!!

Novos e velhos, todos estamos à rasca.

Apesar do tom desta minha prosa, o que eu tenho mesmo é pena destes jovens.

Tudo o que atrás escrevi serve apenas para demonstrar a minha firme
convicção de que a culpa não é deles.

A culpa de tudo isto é nossa, que não soubemos formar nem educar, nem fazer
melhor, mas é uma culpa que morre solteira, porque é de todos, e a sociedade
não consegue, não quer, não pode assumi-la.

Curiosamente, não é desta culpa maior que os jovens agora nos acusam. Haverá
mais triste prova do nosso falhanço?

Pode ser que tudo isto não passe de alarmismo, de um exagero meu, de uma
generalização injusta.

Pode ser que nada/ninguém seja assim.